Vamos falar sobre a ansiedade financeira?
Você já sentiu um aperto no peito só de pensar em abrir o aplicativo do banco? Já adiou olhar o extrato, ficou acordado(a) pensando nas contas ou teve medo de gastar até com o básico? Se sim, pode estar lidando com algo chamado ansiedade financeira — um tipo de ansiedade ligada às emoções e pressões em torno do dinheiro.
O que é, afinal, essa tal de ansiedade financeira?
A ansiedade financeira vai muito além de estar ou não endividado. Ela pode aparecer mesmo quando as contas estão em dia. O simples fato de lidar com o dinheiro — ou com a ideia de não ter o suficiente — já pode gerar sintomas como preocupação constante, dificuldade de dormir, irritabilidade, culpa ao gastar ou medo de falar sobre o assunto.
É como se o dinheiro deixasse de ser uma ferramenta e se transformasse em um gatilho emocional. Essa pressão afeta diretamente a saúde mental e pode se refletir em outras áreas da vida: relações pessoais, produtividade no trabalho e até no autocuidado.
Como saber se você está sofrendo com ansiedade financeira?
Aqui vão alguns sinais que podem indicar que a preocupação com dinheiro está afetando sua mente mais do que deveria:
- Preocupação excessiva com contas, mesmo quando estão em dia
- Insônia ou dificuldade de relaxar por causa de pensamentos financeiros
- Medo de gastar com necessidades básicas (como alimentação ou saúde)
- Evitar olhar saldos, extratos ou conversar sobre finanças
- Sensação constante de culpa ou fracasso por causa do dinheiro
- Discussões frequentes com familiares por motivos financeiros
- Isolamento social ou evitar convites para não gastar
- Irritabilidade, fadiga e sensação de estar “no limite” mentalmente
Como cuidar da mente quando o bolso aperta?
Primeiro, é importante entender que sentir isso não é fraqueza. A ansiedade financeira é mais comum do que parece, especialmente em tempos de crise ou mudanças de vida. Conversar sobre o assunto, buscar apoio emocional e aprender a lidar com o dinheiro com mais leveza são passos importantes.
Práticas como respiração consciente, terapia, educação financeira e autocompaixão ajudam a equilibrar a relação com o dinheiro e, principalmente, com você mesmo. Não se trata de eliminar o problema da noite pro dia, mas de encontrar formas mais saudáveis de enfrentá-lo.
Como lidar com a ansiedade financeira na prática?
Aqui vão algumas formas de enfrentar essa ansiedade com mais acolhimento e equilíbrio:
Converse sobre o assunto
Falar sobre dinheiro ainda é um tabu. Mas dividir o que você sente com alguém de confiança — seja um amigo, parceiro(a) ou terapeuta — pode aliviar o peso e trazer clareza.
Busque apoio psicológico
Um psicólogo pode ajudar a identificar os gatilhos da ansiedade financeira e desenvolver estratégias emocionais para lidar com ela de forma mais leve e consciente.
Organize suas finanças aos poucos
Não precisa fazer uma planilha perfeita no primeiro dia. Comece entendendo o que entra, o que sai, e quais são os gastos essenciais. Ter um mínimo de controle reduz o medo do desconhecido.
Evite comparações
Cada pessoa tem sua realidade financeira. Comparar sua vida com o que vê nas redes sociais só alimenta a ansiedade. Foque no seu momento e nas suas conquistas, por menores que pareçam.
Pratique o autocuidado emocional
Técnicas como respiração consciente, meditação, journaling (escrever sobre o que sente) e momentos de pausa ajudam a reduzir os sintomas da ansiedade e manter a mente mais tranquila.
Eduque-se financeiramente sem pressão
Aprender sobre dinheiro pode ser libertador — mas vá no seu ritmo. Procure conteúdos acessíveis, simples e que respeitem sua realidade. Conhecimento gera segurança.
E por fim…
A saúde mental e a forma como lidamos com o dinheiro estão profundamente conectadas. Cuidar da mente também é cuidar da vida financeira — e vice-versa. Falar sobre isso, sem tabu, é um ótimo começo.